
Arte, política e mercado: uma nova galeria
Confira detalhes do texto de Marcos Augusto Gonçalves em Luisa Strina 50:

Letreiro da Galeria Luisa Strina, 1974
Quem conhecesse Luisa Strina no início da década de 1970, quando ela se preparava para dar um passo decisivo na vida e inaugurar sua galeria de arte, que tipo de pessoa encontraria?
–– “Uma pessoa tímida, que estudava, que queria ser artista, mas depois viu que não era", ela responde, em seu escritório, em São Paulo, 50 anos depois, onde continua a trabalhar ocupando a posição de uma das mais influentes personagens do meio artístico brasileiro e internacional.
Autorretrato de Luisa Strina na primeira exposição da galeria, 1974
[…] Àquela altura, Luisa começava a trabalhar na organização de exposições para galerias e instituições, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), e a vender obras de seus conhecidos. “Funcionava um pouco como uma agente”, define ela. “Eu era muito amiga de Baravelli, que tinha um estúdio na rua Oscar Freire, esquina com a rua Padre João Manuel. No fim de 1973, ele me disse que o aluguel do espaço estava se tornando muito caro para ele, e insistiu que eu abrisse uma galeria no lugar, um ótimo ponto para isso. E assim foi”.
Terraço da primeira sede da galeria, na esquina da rua Oscar Freire com a rua Padre João Manuel, na década de 1970 | Baravelli em seu ateliê, espaço que se tornou primeira sede da Galeria Luisa Strina
[…] A inauguração da galeria coincidiu, no plano político, com o início de uma fase de lenta abertura do regime militar, que só iria mostrar resultados mais claros no final da década e no começo dos anos 1980. Em 1974, completavam-se dez anos de uma ditadura civil-militar que havia se tornado particularmente pesada entre 1969 e 1973, período marcado pelo enfrentamento armado entre organizações de esquerda e o regime.
Antonio Dias, gravuras da série “Trama”, de 1977, apresentadas na exposição “Trama”, de 1978
👉 Você acaba de ler destaques do ensaio de Marcos Augusto Gonçalves para o livro Luisa Strina 50. Em seu texto, o jornalista, atualmente editor da Ilustríssima, na Folha de S. Paulo, se dedica a comentar o espaço ocupado pela Galeria Luisa Strina no cenário político, cultural e econômico da década de 1970. Leia na íntegra garantindo sua cópia da publicação!