
– Por Fernando Ticoulat
Quando analisamos o desempenho de galerias de arte um dos indicadores mais relevantes é o Valor Geral de Vendas (VGV). Mas o que exatamente esse termo representa?
De forma simples, o VGV é a soma total de tudo que a galeria vende em um determinado período, geralmente um ano. Ele reflete não apenas o “tamanho” ou a “capacidade de mercado” de uma galeria, mas também sua força de negociação, o alcance de sua base de clientes e a efetividade de suas estratégias de marketing e vendas. Essa métrica foi a base da 7ª Pesquisa Setorial do Mercado de Arte no Brasil, que revelou tendências claras no setor:
· 58% das galerias entrevistadas faturam até R$5 milhões, fazendo dessa a faixa mais representativa do setor.
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Também houve um aumento de 34% no número de galerias com VGV anual entre R$5 e R$15 milhões, indicando uma tendência de expansão nesse segmento de faturamento intermediário.
Ao agrupar as galerias em faixas de faturamento, conseguimos identificar padrões de comportamento que influenciam desde a seleção de artistas até o número de colaboradores contratados. Por exemplo, uma galeria que movimenta até R$5 milhões pode ter limitações orçamentárias para participar de grandes feiras internacionais, enquanto aquelas que superam R$15 milhões demonstram maior fôlego financeiro para investir em novas representações ou abrir filiais.
Essa visão segmentada também orienta a forma como as galerias decidem direcionar seus esforços. É possível analisar:
- Quantos clientes únicos conseguem atender anualmente.
- Quantas obras vendem, em quais faixas de preço e por quais canais.
- Quantas exposições e feiras participam para divulgar seu portfólio.
- Quantos colaboradores em tempo integral fazem sentido para a operação.
Com essas informações em mãos, as galerias podem alinhar suas estratégias de crescimento de modo sustentável. Podem optar por investir em artistas emergentes, reposicionar-se no mercado internacional ou reforçar a equipe de vendas e marketing, dependendo da faixa de VGV em que se encontram e de suas metas de expansão.
Em última análise, o Valor Geral de Vendas não é apenas um indicador de faturamento: ele traduz a solidez e a maturidade de cada galeria no setor de arte. Ao correlacionar o VGV a outras variáveis como preços, número de clientes e eventos frequentados, é possível traçar rotas de ação mais efetivas e diminuir riscos.
Os dados apresentados neste artigo foram reunidos pela 7ª Pesquisa Setorial do Mercado de Arte Brasileiro, promovida pela Associação Brasileira de Arte Brasileira (ABACT) e ApexBrasil, no âmbito do projeto Latitude, sob assessoria técnica da Act Arte.
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